terça-feira, 12 de maio de 2009

12 de maio - Dia da Escrava Anastácia

Cultuada no Brasil como santa e heroína, considerada uma das mais importantes figuras femininas da história negra, a saga da escrava Anastácia ainda tem o poder de nos emocionar. Muito bonita, tornou-se objeto de desejo e obsessão do feitor de sua fazenda. Por nunca ter aceitado o assédio do rapaz, foi violentada e condenada a viver com uma máscara no rosto, que era retirada apenas durante as refeições. Morreu no Rio de Janeiro depois de anos de agonia. Os restos mortais estavam na Igreja do Rosário e sumiram após um incêndio, fazendo com que a crença popular tornasse a moça um mito religioso, capaz de realizar, ainda nos dias de hoje, verdadeiros milagres. Por isso, muitas entidades, ligadas não somente às lideranças negras, femininas ou masculinas, como as comunidades religiosas afro-brasileiras, particularmente as ligadas à religião católica, estão unidas no propósito de solicitar ao Papa, a beatificação da escrava Anastácia.A verdade é que pouco se tem comprovado da vida desta mulher. Alguns autores colocam em dúvida a sua existência real, atribuindo a criação de um mito com sua imagem, a partir do desenho do artista Etienne Victor Arago, representando escravos mineiros que eram obrigados a usar a máscara de ferro para que não ingerissem pepitas de ouro durante o trabalho forçado na mineração. Outros afirmam que ela era filha de Delminda, negra da tribo Bantú, mais precisamente da família real Galanga, trazida para o Brasil em 1740, junto a um carregamento de 112 escravos. Delminda, que era uma jovem muito formosa, ainda no cais do porto foi arrematada por mil réis, pelo feitor Antônio Rodrigues Velho. Como era comum à condição das escravas negras, foi também violentada, ficando grávida de um homem branco, motivo pelo qual Anastácia, sua filha, possuía olhos azuis. Vendida grávida para Joaquina Pompeu, a mãe de Anastácia deu a luz à menina, ainda no mesmo ano, no dia 12 de maio. Crescida, tornou-se objeto de adoração do filho de sua dona, Joaquim Antônio. O rapaz fazia de tudo para ter a moça, inclusive ofereceu dinheiro para ela deitar-se com ele, mas ela recusou-se terminantemente. Por nunca ter permitido a aproximação de Joaquim, foi perseguida, violentada e obrigada a usar a máscara. Dizem que as mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes da beleza da negra. Durante alguns anos viveu desta maneira, morrendo no Rio de Janeiro em data incerta.Sua história foi recuperada em 1968, quando a Igreja do Rosário, no Rio de Janeiro, fez uma exposição em homenagem aos 90 anos da Abolição e nela estava o retrato pintado de Arago. Neste momento, começou a ser considerada milagreira e hoje tem cerca de 28 milhões de fiéis. Existe um santuário em sua homenagem, em Vaz Lobo, um bairro no Rio. A imagem com a máscara de ferro ficou famosa no mundo inteiro, inspirando até o diretor americano Jonathan Demme no seu filme "A Amada", realizado em 1999 e estrelado pela apresentadora Ophray Winfrey.

Abaixo, cenas da Minissérie Escrava Anastácia exibida na extinta Rede Manchete.

7 comentários:

  1. ótimo pra trabalho de escola como eu sou aluna gostei ñ conta detalhes direitinho mas eu tirei nota maxima que era 2,5 pontos muito obrigada de coração, bjuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuussssssssssssssssss

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  2. conta detalhes sim desculpa

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  3. Quero parabenizar pela bela publicação deste blog. Chamo-me Ubirajara Rodrigues da Silva, sou pós-graduado em História pela Universidade Federal Fluminense, artista plástico, instrutor de arte e cultura, apoiado pela FIOCRUZ no projeto Oficina Portinari no Complexo de Favelas de Manguinhos, no Rio de Janeiro. Sou autor dos livros “O Pensamento Vivo de Anastácia” e “O Poder Místico de Anastácia”. Sou um dos idealizadores e mentores do Monumento a Zumbi do Palmares, que se tornou (em parte) realidade por intermédio do saudoso deputado negro José Miguel, em 1983. Nessa década de 80 partiu de mim e do falecido cineasta Nilton da Silva, a campanha pela canonização de Anastácia; até o programa Fantástico, da Rede Globo aderiu à campanha, fazendo um documentário. Essa teria sido uma raríssima movimentação popular por uma canonização, da qual se coletou milhares de assinaturas, as quais foram remetidas para o Vaticano. Possuo conservada a resposta da Causa dos Santos, que por determinação do Vaticano, na época, fez com que o então Cardeal- Arcebispo Dom Eugênio Sales, da Arquidiocese do Rio de Janeiro fizesse a comunicação por escrito a respeito do que impedia o início de um processo de canonização da referida escrava.
    Atualmente estou nos preparativos de retorno do MOPRAN-Movimento Pró Anastácia, ministrando a Casa de Anastácia, local de mentalizações e fortalecimento pessoal para transformar as dificuldades em energia positiva.
    Axé

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  4. Sou negra de origens religiosas africana por iniciativa de minha avó porém fui batizada fiz primeira comunhão e casei-me na mesma igreja católica onde me batizei mas, conservo a minha origem africana com muita honra vou a missa com meu esposo sempre que possível no ultimo domingo ouvi padre mencionar o nome de santas da igreja católica incluindo o nome de Anastácia como não conheço nenhuma santa com este nome espero que seja a nossa Anastácia seria muito bom obtermos uma Santa negra Brasileira porque oitenta por cento dos negros católicos brasileiros tem fundamentos africanos e convive das duas maneiras, é muito inteligente prazeroso a missa da praia porque são nos católicos não o fizermos os evangélicos irão fazer com certeza eles são de modo geral extremamente radical enquanto que parte dos católicos são mais abertos se organizam bem das duas maneiras os restos mortais de Anastácia fora queimado em um incêndio na igreja do Rosário de São Benedito por isto não fora encontrada não será necessário a imagem pra provar sua existência Nossa santidade atual o Papa Bento deveria repensar sobre a nossa historia de fé uyara Nagel

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    1. Pois é, somente o tempo é que poderá fazer justiça nesse caso de Anastácia, e, de tantos outros personagens jogados ao esquecimento.

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